Gato abandonado "chora" em hospital e amigas fazem ensaio para incentivar adoção em Teresina (PI)

Gato foi flagrado "chorando" no Hospital Veterinário (Foto: Thalita Duarte)


As lágrimas do gato Rajado comoveram internautas depois que ele teve sua foto compartilhada "chorando" no Hospital Veterinário Universitário (HVU), localizado no campus Ministro Petrônio Portela da Universidade Federal do Piauí (UFPI), em Teresina. O local enfrenta um problema que, além de crime, é um ato de descaso e desprezo com os animais. Muitos cães e gatos como Rajado ficam abandonados, sem lar, após se recuperarem porque os tutores não voltam para buscá-los.

Além de Rajado, a história de Mimi, uma gatinha que nasceu cega dos dois olhos, teve um capítulo triste quando passou meses dentro de um gradeado à espera de alguém que lhe desse um lar. Isso mudou quando a jornalista Raquel Lopes e a amiga Thalita Duarte visitaram o Hospital Veterinário e se comoveram com a tristeza dos animais. Elas então resolveram fazer um ensaio com os bichos para tentar encontrar um lar para eles.

A gatinha Mimi nasceu cega dos dois olhos (Foto: Thalita Duarte)


"Minha amiga estava com a gatinha dela, a Bia, internada lá no HVU e ficou preocupada com a situação dos animais abandonados. Tivemos então a ideia de divulgar nas redes sociais, com o objetivo de conseguir adoção para eles", conta Raquel. Após uma conversa, ela e Thalita decidiram reunir amigas em uma corrente do bem para encontrar novos lares para os animais abandonados no Hospital. Elas foram ao local tirar fotos no intuito de mostrar a beleza em cada olhar e despertar o interesse de possíveis novos tutores.

Durante o ensaio, uma imagem chamou a atenção de Raquel: o gatinho Rajado, também abandonado, aparece com lágrimas nos olhos. Uma representação da tristeza vivida diariamente por animais que perderam o conforto e a liberdade, deixados por quem devia fornecer cuidado e carinho.

Fotografia de animal "chorando" chamou a atenção dos internautas 
(Foto: Facebook / Reprodução)


"A postagem do Rajado teve mais de 150 compartilhamentos diretos. Por isso, a gente bate muito nessa tecla da importância dos compartilhamentos. Se a pessoa que viu a postagem não tiver interesse em adotar, mas compartilhar, outra pessoa pode ver e querer", destaca Raquel.

De acordo com o diretor em exercício do Hospital, Marcelo Campos, os cães são os animais mais rejeitados, e o motivo mais alegado pelos tutores é o custo do tratamento, embora a administração esteja aberta a negociar.

Hospital Veterinário Universitário em Teresina (Foto: Junior Feitosa / G1)


“A questão do abandono é séria, é crime previsto por lei e no Código Civil, principalmente quando há um abandono em repartição pública, que é agravante. Isso pode resultar em multas e prisão, e a população precisa estar informada”, afirma Campos.

O crime e as consequências

Quando é feito o internamento do animal, os dados do tutor são coletados, e mesmo que o telefone e endereço sejam dados erroneamente, o CPF do tutor fica registrado. Após a alta, ele tem um prazo para buscar o animal e quitar a dívida.

“Caso o resgate e o pagamento não aconteçam no prazo, encaminhamos o caso para a Fazenda e fazemos um boletim de ocorrência na Polícia Civil. O nome do tutor do animal é encaminhado para a dívida ativa da União, ficando a pessoa impossibilitada de vários benefícios, como participação em concursos e empréstimos, enquanto não quitar a dívida. E estamos estudando a possibilidade de tratar desses casos com a Polícia Federal, já que essa é uma instituição federal. Abandono de animal é crime”, ressalta o diretor.

Adoção

Animais abandonados esperam por um novo lar (Foto: Thalita Duarte)


A partir do momento que o animal é abandonado pelo tutor, ele é encaminhado para a castração e fica disponível para adoção. Campos explica que não há muita burocracia, e, caso haja como doar algum valor para ajudar nas despesas do Hospital, a contribuição é bem-vinda. “Não há necessidade, por enquanto, de nenhuma documentação. É só vir conversar com a direção e ter o interesse de resgatar o animal. Se puder dar uma certa contribuição em relação à dívida, também é interessante.”

Embora muitos animais ainda precisem de um lar, algumas histórias já têm um final feliz. Após a campanha, a gatinha Mimi ganhou uma nova família. "Fiquei sabendo da situação da Mimi por meio da Raquel e me comovi com o fato de a gatinha ser cega, já que tenho outros animais que também são cegos. Adotar a Mimi é um desafio porque um animal cego tem muitas limitações, mas os gatos são muito independentes. Ela está se saindo superbem e estou muito feliz por dar a ela uma nova oportunidade", garante a técnica de enfermagem Otilina Duailib, que adotou Mimi.

Após meses, Mimi finalmente deixou o Hospital (Foto: Raquel Lopes)


Fonte: G1  


NOTA DA NATUREZA EM FORMA:

A matéria acima é mais um exemplo de que todos podemos fazer nossa parte pelos animais. Raquel e Thalita se sensibilizaram com a situação dos bichos abandonados e fizeram uma campanha para mudar a situação deles. 

Em nosso site, disponibilizamos algumas orientações para pessoas que encontram animais abandonados e não sabem o que fazer. Confira aqui

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