Animais de estimação de fumantes podem ter câncer e outras doenças, diz estudo

Amanda não tinha ideia do que seu hábito pode estar provocando em sua cadela (Foto: BBC)


Amanda Cook fuma há muito tempo. Quando seus filhos a visitam com os netos, ela evita fazer isso, mas não se incomoda em acender um cigarro quando está sozinha com "seu bebê", a cadela Millie. Mas isso não é uma boa ideia, dizem cientistas.

Animais de estimação correm um risco igual ou maior de serem vítimas de fumo passivo do que humanos, diz uma pesquisa da Universidade de Glasgow, no Reino Unido. Eles inalam mais fumaça e, por causa de sua rotina de limpeza, ingerem nicotina ao limpar seus pelos e penas.

Assim, cães podem desenvolver câncer de pulmão ou de cavidade nasal e seios paranasais. Gatos podem ter linfoma e pássaros*, coelhos e porquinhos-da-índia têm mais chances de sofrer problemas respiratórios e doenças de pele. Os especialistas esperam que esses resultados motivem os tutores dos animais a parar de fumar.

Uma campanha de conscientização está sendo realizada pelo Royal College of Veterinary Surgeons (RCVS) e o Royal College of Nursing (RCN), as maiores associações britânicas de veterinários e enfermeiros respectivamente, para informar sobre os danos que os tutores podem estar causando.

"Muitas pessoas ficariam horrorizadas ao descobrir que o fumo passivo pode prejudicar seus animais e, em alguns casos, encurtar muito a vida deles", diz Wendy Preston, do RCN. "Queremos facilitar a conversa sobre isso entre veterinários e enfermeiros veterinários com os tutores dos pacientes."

Renomada por seu hospital veterinário, a Universidade de Glasgow vem realizando estudos sobre os efeitos do fumo passivo em animais de estimação há vários anos.

A pesquisadora Clare Knottenbelt diz que foram recrutados 40 cães, metade de lares com fumantes, e amostras de pelos foram analisadas para saber seu nível de nicotina, enquanto os tutores preencheram questionários detalhando a frequência com que eles e seus visitantes fumam em casa.

O mesmo foi feito com 60 gatos de estimação, com atenção especial para uma possível ligação entre fumo passivo e o linfoma felino, um tipo de câncer que afeta os glóbulos brancos desses animais.

E quanto a Amanda e Millie? A cadela teve seu pelo analisado e foi encontrado nele níveis de nicotina 70 vezes mais alto que em outros cães que vivem onde não se fuma tabaco.

"Não quero fazer mal a ela", diz Amanda, que, a partir de agora, mudará seus hábitos. "Nada de fumar dentro de casa."

Fonte: Gazetaweb  

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