O que é isso?! A indústria do leite está fabricando baias rosas para bezerros para o Outubro Rosa - veja por que isso é tão errado


A indústria do leite gasta uma quantia desenfreada de dinheiro alimentando o público com uma mentira após a outra sobre o leite. Mas o apelo mais recente deles nos deixou de queixo caído. A Agri-Plastics, a companhia que fabrica baias minúsculas para os bezerros, como as mostradas na foto (depois que são tirados de suas mães, porque Deus sabe, aquele leite não é para eles), fez parceria com a National Breast Cancer Foundation e está fabricando BAIAS ROSAS para o Outubro Rosa (Mês da Campanha Contra o Câncer de Mama), em uma campanha chamada “Cabanas pela Esperança”. O QUÊ???

A indústria do leite está tentando apoiar assuntos ligados à saúde das mulheres, mas e sobre a vida das vacas? Vacas são mamíferos, assim como os humanos. As vacas da indústria do leite emprenham por meio de um método chamado inseminação artificial (aviso: a terminologia usada para a indústria do leite lida com frases ligadas à agressão sexual). A produção de laticínios começa fazendo os touros ejacularem, normalmente usando um “eletroejaculador”, coletando seu esperma e então emprenhando as vacas à força com o sêmen em um aparelho constrangedor ao qual a indústria se refere como uma “plataforma de estupro”.

A inseminação artificial das vacas para a indústria do leite não somente as faz produzir leite - logicamente, elas também precisam dar à luz um bebê. Mas a indústria do leite não tem nenhuma utilidade para um ser que tem a intenção de beber o leite que eles usam para lucrar, vendendo para adultos não desmamados de outra espécie. Bezerros machos, que não podem ser criados para se tornar vacas de leite, são abatidos jovens para a vitela. A indústria do leite é a espinha dorsal da indústria da vitela - sem ela, a matança de rotina dos bezerros não poderia continuar.

Então vamos deixar isso claro: criar baias rosas deveria dar apoio à saúde da mulher, enquanto são cegamente ignorados os muitos problemas de saúde que a produção do leite causa às vacas. Essa é uma indústria que separa mães e bebês minutos após o nascimento e emprenha as vacas mães seguidamente até que seus corpos estejam tão usados e desgastados que elas perdem a habilidade de se manter de pé, e então são enviadas para serem abatidas pela carne… o que estamos esquecendo aqui?!

E mais, existem muitos estudos que ligam o consumo do leite ao câncer. A caseína, uma proteína encontrada no leite, tem sido relacionada a múltiplos tipos de câncer, diabetes e vício alimentar, e é por isso que muitas pessoas acham tão difícil parar de comer queijo. Sem falar que 25% da população norte-americana (e 75% da população global) é intolerante à lactose e a Food and Drug Administration (FDA) permite 750 milhões de células de pus em cada litro de leite. Nojento.

E também nos esquecemos tão rápido do grande alvoroço sobre o hormônio do crescimento bovino recombinante (rBGH) nos produtos do leite (afinal de contas, manter uma vaca mãe produzindo na indústria do leite 10 vezes a quantidade de leite que ela produziria normalmente requer doses de hormônios)?

O uso desse hormônio é permitido nos Estados Unidos, mas proibido no Canadá e Europa. Tem havido grande preocupação sobre a conexão entre o uso desse hormônio e o câncer em humanos, no entanto, a American Cancer Society declara que mais estudos precisam ser feitos para concluir se o consumo do leite com rBGH aumenta o risco de desenvolver câncer. Eles esclarecem que “a evidência disponível mostra que o uso de rBGH pode causar efeitos desfavoráveis à saúde das vacas”, e “o aumento no uso de antibióticos para tratar a inflamação nas mamas induzido pelo rBGH promove, sim, o desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos”.

Então talvez a conexão entre o câncer e apenas um único hormônio usado na indústria do leite seja “inconclusiva”, mas a conexão com as superbactérias apenas chama a atenção para o escopo muito maior do impacto semeado pela produção do leite.

As fazendas de leite são responsáveis por um aumento enorme de preocupações ambientais, em grande parte na forma de despejo de dejetos e poluição atmosférica. Uma fazenda média de leite aloja por volta de 130 vacas, que produzem uma quantidade massiva de fezes. São necessários por volta de 150 galões de água por vaca, por dia, apenas para lavar os dejetos do chão da sala de ordenha usando um sistema de esguicho comum, e esses dejetos normalmente seguem seu rumo para dentro dos cursos d’água, levando a uma série de preocupações com a saúde pública. Para dar um exemplo, fazendas de leite têm sido relacionadas à lixiviação de nitrato, onde o excesso de nitrogênio do estrume penetra no solo e de fato lixivia nitrato para o lençol freático. Essa é uma preocupação para as pessoas que vivem próximas às fazendas, já que um nível alto de nitrato na água de consumo pode ser prejudicial à saúde, e também tem sido relacionado à “síndrome do bebê azul”.

Entre o bem-estar animal, saúde pessoal e preocupações ambientais relacionadas à produção do leite, parece absolutamente absurdo que a indústria do leite tente se promover como compadecida ou preocupada com doenças como o câncer. Francamente, esse é um apelo de marketing muito mal planejado para redimir essa indústria moribunda, uma de muitas que vimos no passado. A campanha The Hope for Hutches afirma: “Uma em cada oito mulheres será diagnosticada com câncer de mama durante seu tempo de vida. Nós estamos entrando em ação”. Nós certamente esperamos que a ação seja fazer a transição de todas as suas fábricas de laticínios operações de leite à base de vegetais.

Se você não quer apoiar a indústria cruel do leite (graças a Deus, o consumo do leite tem diminuído consistentemente em 25% per capita desde a metade da década de 1970), existem diversas alternativas com perfis nutricionais superiores, entre as quais você pode fazer sua escolha. Todos os dias, mais e mais opções deliciosas livres de leite animal estão aparecendo nas prateleiras do supermercado*, o que torna ainda mais fácil ajudar a proteger os bezerros e suas mães da indústria de laticínios!

Produzir leite usando vacas é ineficiente e cruel. Se pudéssemos escolher melhor, por que não escolheríamos?


Foto: Hutches for Hope


NOTAS DA NATUREZA EM FORMA:

1. Veja aqui um vídeo de cinco minutos explicando como funciona a indústria do leite.

E se fosse com as humanas? Veja aqui.

*2. Melhor ainda: faça seu próprio leite! Saiba aqui como fazer deliciosos leites vegetais e ter mais saúde e poupar as vacas e seus filhos bezerros de tanto sofrimento e morte. 

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