Os "elefantes pintores" e a imbecilidade humana


Por Sheila Leirner*


Uma pessoa que conhece o meu amor pela arte e certamente desconhece o meu sentimento pelos animais, me marcou, entre outros, numa postagem do Facebook em que ela apresenta o vídeo de um elefante que pinta com um pincel em sua tromba. Sob o olhar do adestrador – que, de tempos em tempos, molha o pincel na tinta –, o animal traça a figura de outro elefante, três flores e uma palavra de quatro letras em guisa de “assinatura”. A legenda diz: “Se quiser aprender a amar, comece com os animais… eles são mais sensíveis”.

O vídeo (que me recuso a reproduzir aqui) foi visto 34.792.138 vezes, 1 K curtiram, 3.226 compartilharam e eu, que jamais vi coisa igual, DETESTEI testemunhar o animal abusado. Um elefante respira 70% pela tromba - é seu órgão mais precioso. Quando o vemos controlar o pincel com ela, não é difícil supor a crueldade da adestração que precedeu esse gesto. Como no circo e nos parques de atrações, esses campos de concentração de animais, adestramento e maus-tratos sempre estão na origem de sua suposta “sabedoria”. Que pulsão é essa que faz o homem, por ignorância, voracidade e/ou crueldade, estar sempre tentando desnaturar o natural?

Procurei saber mais. Descobri que “elefantes pintores” são mártires. A metade deles morre: ou de septicemia (os pincéis os infectam) ou porque se tornam incontroláveis e são abatidos ou se suicidam por asfixia, fechando a boca e deitando sobre sua própria tromba.


Foto: Reprodução


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